Na língua portuguesa, há dois verbos que são
bastante utilizados pelas pessoas: o primeiro: “espiar”, que tem origem no
gótico spaíhôn. É verbo transitivo
direto, e, significa olhar, ver, perceber, observar algo ou alguém, de modo
secreto, sem que ninguém perceba, com o propósito de conseguir informações. O
mesmo que espionar. Espiar é um verbo muito conhecido e muito usado pela população.
Um exemplo é: a mulher espiava o filho, enquanto o mesmo dormia. O segundo: é “expiar”, com origem no latim expiare. É verbo transitivo direto e
pronominal, e significa reparar, redimir, pagar, purgar, remir, resgatar,
padecer, penar, ou seja, reparar um erro, uma falta; pagar um crime, etc.
Exemplo: o homem expiou arduamente por seu erro.
De acordo com as regras ortográficas, essas
duas palavras, são homófonas, isto é, possuem a mesma pronúncia, mas com grafia
e significados diferentes. Origina-se de homo,
que significa, o mesmo; e fonia, que
quer dizer, som. Embora algumas pessoas não queiram perceber, é de fundamental
importância o estudo, aprendizado e o domínio da sua língua mater, como no caso aqui, da língua
portuguesa. Mater, que é substantivo
feminino, e que é aquela que desempenha o papel de mãe, de mulher que gerou,
deu à luz e criou seus filhos, e foi a partir da junção de várias línguas, e
principalmente do latim, que surgiu nossa língua portuguesa mãe.
Interessante definir o que representa cada
palavra da nossa língua, para entendermos prontamente, seus significados e suas
objetividades na fala e na escrita. Trataremos aqui, do chamado ”bode
expiatório”. Essa expressão teve origem no dia da expiação e era um ritual para
purificação de toda nação de Israel. Expressão popular que é entendida hoje,
como: para definir uma pessoa sobre a qual recaem as culpas alheias; é aquela
pessoa chamada de laranja; por exemplo, quando alguém é acusado de um delito
que não realizou. Temos o caso de Tiradentes, que foi o bode expiatório da
Inconfidência Mineira.
Para se redimir de seus pecados o judaísmo
que era praticado pelo povo judeu, nos tempos antigos, época do Velho
Testamento, identificou num animal, o bode, uma forma de expiar seus pecados.
No deserto, definiam um lugar mais alto para colocar o referido animal, no
qual, se reuniam em seu entorno e começavam um culto de expiação de seus
pecados, tendo como ponto de partida aquele animal, que ali mesmo seria
sacrificado. Esse fato, ficou consagrado na tradição judaica como o ritual do
sacrifício do “bode expiatório”. Durante essa cerimônia, o bode era apedrejado,
massacrado, cuspido pelo povo, finalizando com o sacrifício do mesmo.
Este costume tinha um efeito reparador dos
pecados cometidos pelo próprio povo judeu. Já no final desse ritual, o povo
saía do local, com a consciência limpa, porque todos os seus erros e pecados
tinham sido transferidos para o referido animal. Como em todos os povos
antigos, esse ritual judaico representava simbolicamente, no imaginário do povo,
que todos os seus crimes e pecados haviam sido transferidos para o bode expiatório
e que Javé, o Deus Supremo estava satisfeito com o seu povo santo.